Ecologia, onde?

         Fui ao supermercado fazer compras esta semana, devidamente munido das minhas sacolas retornáveis, que aprendi a usar depois de bater a cabeça várias vezes tendo que carregar produtos nos braços, muitos caindo pelos lados ou improvisados em uma caixa de papelão ( que podem conter agentes nocivos à saúde, como fezes de ratos ou agentes químicos). Já pensou pegar leptospirose ao carregar suas compras? rs. 

         É difícil perder velhos hábitos. Porém, logo na entrada fui solicitado a lacrar minhas sacolas retonáveis em sacos plásticos descartáveis! Juro que passei todo o período da compra refletindo sobre o quão ecológica e coerente era aquela situação. Claro que os supermercados têm que cuidar da segurança, mas vão precisar pensar em alguma solução ecológica para tudo fazer sentido. Não sou nenhum ecochato, desses que ficam vendo conservação ecológica em tudo, mas sou a favor de mudanças ecológicas, desde que elas façam sentido.

        A abolição das sacolas plásticas nos supermercados me parece muito mais uma questão de economia do que de ecologia. Afinal, quem não usa suas sacolas descartáveis como sacos de lixo? Agora precisarão comprar sacos plásticos para o lixo! Só no estado de São Paulo os supermercados vão economizar 190 milhões de reais com a interrupção de fornecimento de sacolas plásticas, enquanto o consumidor gastará em média 10 a 12 reais a mais por mês em sacos plásticos para o lixo. Fico com a impressão que supermercados e fabricantes de sacos para lixo são os maiores financiadores de campanhas políticas atualmente.

         O que ocorre nos bastidores disso tudo não dá para saber com certeza, mas mais uma vez o prejuízo está caindo nas costas do consumidor. Que como sempre parece estar aceitando tudo passivamente, sem questionar. Acreditando em promessas de preços mais baixos ou brindes de qualquer espécie.